Monday, January 31, 2011

Hey hey

Under construction... please be patient!




This blog is not for everyone. Only people with great sensitiveness, nasty, naughty and nutty thoughts may appreciate this.


If you're smart, you're gonna enjoy some stories from my deepest dark mind, free of any kind of bonds or cultural interests.


My drawings are what I feel and create. So are my stories and tales. Any kind of reproductions without the author's name, consent and permission will be reported to the moderators and may be under law restrictions.


Be warned. Be aware. Maybe your mind isn't that dark as you thought.




Bloody kisses.

The Black Guardian



Prologue



Era inverno.  A neve caía em flocos como se estivesse salpicada por grãos brilhantes de areia contra o vento fresco e gélido da noite. Sua face corou como um pêssego delicado ao sentir sua mão afagá-la lentamente enquanto seu olhar lhe penetrava os lindos olhos ônix pigmentados em escarlate, tão intensos como na primeira vez em que haviam se encontrado.
-              Olá. - e com a língua esboçou o contorno de seus lábios, provocando calafrios e excitação pelo contato corporal. - Tudo bem?
-              Humm... eu diria mais do que “bem”. Você me provoca. - ela olhou acusadoramente para os olhos cor de mel que a encaravam com inegável diversão.
-              Eu? Eu não fiz nada. – dando de ombros, passou as mãos por sua cintura e lentamente puxou-a mais para si, comprimindo o membro rijo entre suas coxas.
-              “Nada”... só me deixa com vontade de te... hum, esquece. Onde vamos hoje? - perguntou rapidamente para mudar de assunto, deixando que a curiosidade a invadisse por ora, mas falhando completamente ao tentar se afastar do corpo quente e sedutor dele.
-              Isso é segredo. Você só vai descobrir quando chegarmos.
-              Isso é injusto.
-              O que não é justo é você estar tão deliciosamente bonita nessa roupa que só penso em fazer coisas indecentes com você. Sente como te quero nesse instante?
          No momento em que disse essas palavras ela sentiu o membro esfregar-lhe com força suficiente para erguer a frente de sua saia. A sensação a queimou por dentro, fazendo a pele latejar e a amolecendo nos braços que agora a envolviam.
-             Sinta como eu o quero – guiou sua mão pelas nádegas  passando pela frente do corpo até o vão de sua calcinha. A umidade tornou-se mais evidente com o toque sensível de dedos acariciando-a cada vez mais rápido.
-             Neste instante? - penetrou os dedos em sua entrada molhada.
-             Agora. Te quero agora...
-             Vamos sair logo daqui. – abriu as enormes asas negras e num abraço sedutor desapareceram na névoa noturna.

Chapter I: Dark Rebirth






Um som decrépito pingando no auge da escuridão.
De novo. Novamente e mais uma vez. Tão calma e silenciosa melodia.

Lenta e dolorosamente abriu os olhos, e um brilho fugaz lhe estalava ao longe.

Pulsava e lhe chamava a alma com tão doce e bela canção. Imobilizado nas trevas, experimentou expirar o ar que lhe envolvia a aura e, no mesmo instante, seu coração bateu alto e gritante. E todas as memórias lhe vieram à tona, como uma cascata de serpentes negras e congelantes.

Sangue.

O brilho escarlate tão negro e vivo jorrava em ondas em seus pensamentos. Morte, dor e destruição. O amor lhe causou a morte. A traição lhe desferiu a dor. A beleza infernal trouxe plena e total destruição ao mundo.

...

O homem maravilhosamente soberbo, tão jovem mas ao mesmo tempo másculo e sutil, observava silenciosamente as estruturas de concreto que se erguiam à sua frente. Era uma noite fria onde o brilho do luar era intensificado pela magia que exalava das estrelas, esbranquiçadas das almas e do negrume que lhes servia de céu.
Ele, já familiarizado com os sons da avenida e o aroma fresco da brisa que teimava em fazer percursos indefinidos por entre os pares de casacos que cruzavam as ruas, adentrou uma porta dupla para se refugiar da neve que pendia em flocos luminosos. O recinto populoso era uma enorme roda de apostas. Velhos barrigudos com seus charutos ofegantes, tinham as carteiras gordas confiscadas pelas ágeis mãos e pernas que se esfregavam incansavelmente em seus corpos murchos e torturados por todos os tipos de junk food.
- Desgraçados nojentos. – murmurou antes de sentar-se e apoiar os cotovelos sobre a madeira envernizada do balcão.
- Aqui está Matt. Uma amostra “daquela” safra. – o barman prontamente lhe lançou uma taça de um líquido denso e fumegante. Não era preciso perguntar o que desejava sorver, o conhecimento de seu pendor para aquele contínuo pedido habitava há gerações naquele lugar. Ou melhor, passou a habitar.
Noites, boates, jogos e bebidas. Nada disso era satisfatório para Matthew Velasco, não mais. Algo faltava. Aquela devassidão de corpos não bastava para lotar o infinito que lhe deixaram há muito tempo. Não cogitava perder a lucidez durante as madrugadas promíscuas que seus olhos debulhavam sob os perfeitos corpos de mulheres nuas estiradas em sua cama. Nenhuma lhe agradava. Nenhuma lhe satisfazia. Os humanos eram seres nojentos e desprezíveis. Causavam suas próprias guerras e ainda culpavam os seres superiores por sua melancolia e desgraça. Deveriam ser amaldiçoados. Não mereciam uma segunda chance.
“Assim como não sei porque sobrevivi”. – Retirou-se para o segundo piso adentrando uma das salas particulares oculta apenas por grossas cortinas de veludo negro pesado. Deixou a taça sob a mesa central e recostou-se no divã luxuoso do cômodo. Ao observar os quadros caros nas paredes, as lembranças daquela noite invadiram sua mente guiando seus pensamentos para aquela voz ... a voz da sua destruição.

Ouviu o som da porta dupla soar, leve e serena. Mas foi o suficiente para voltar a trágica realidade de 1785, triste e sombria em sua vida, e vestir sua máscara de indiferença e superioridade. Estava encostado numa das extremidades do bar, o mais longe possível das mulheres mercenárias e dos homens cegos pela ganância.
- O que gostaria de beber? -  O barman perguntou com um sorriso que mal lhe tocava os lábios. Embora seus olhos avaliassem a figura feminina que acabara de sentar numa das banquetas polidas, as mãos moviam-se mecanicamente despejando um líquido marrom claro dentro dos vidros.
Os lábios adornados num tom vermelho intenso insinuaram um sorriso, mostrando os dentes perfeitamente brancos.
- Hum... deixe me ver. – ela respondeu, lúbrica. Avaliando cada prateleira por trás do balcão indo em direção as mesas no centro – Talvez não haja nada aqui que satisfaça minha sede. - Os dedos escorregaram sobre o marfim, acariciando-o delicadamente ao tempo em que sua alta risada de ninfa era escutada por todo o saguão.
Matthew pareceu notar os súbitos murmúrios que se infiltravam por entre as batidas ecoantes do salão. O rosto virou para o lado, a mão elevando o a taça à altura dos lábios, logo sentindo o líquido lhe descendo quente pela garganta e o aroma adocicado do frisante invadindo suas narinas.
Com a beira da taça entre a boca semi-aberta, os olhos de um mel ardente destacaram-se no rosto, parcialmente coberto por grossas mechas de seu cabelo de ébano, permitindo que somente seu fitar pouco efusivo captasse num ímpeto, a autora de tais rumores libidinosos.
O encanto que o engolfara ao observá-la tinha o mesmo efeito embriagante do doce frisante que sorvia. Sua pele de esplêndida alvura reluziria magnificamente com os respingos de sua bebida, onde se imaginava acariciando o contorno de seu pescoço com sua língua, que deslizaria brandamente sentido-a.
Um magnetismo astuto se formou no espaço que os separavam, atraindo de modo infalível os olhares que agora se prendiam na intensidade dos orbes um do outro. A mulher mostrou-lhe um sorriso indecifrável e os olhos negros pareceram cintilar com um brilho mortal ao encará-lo.
Então, naquele instante, Matt não soube dizer onde estava. Tudo ao seu redor tornou-se inanimado, a música havia esmorecido, as mesa do saguão e as almas nelas estavam petrificadas e desbotadas. Ao fitar a graciosa face da estranha perfeita conseguiu entrever os orbes ingênuos cobertos pelos longos cílios negros tingindo-se de escarlate e no sorriso tímido porém sexy, reparou por sobre os lábios vermelhos as presas irredutíveis.
“Vampiros e demônios existem, Matthew. Sempre. Lembre-se disso.”
- Meu nome é Kate. – ela revelou, as palavras ecoando por toda a silenciosidade obscura que se formara. Kate, Kate... Meu nome é Kate. O sopro daqueles dizeres beijaram-no sensualmente os ouvidos.
O tempo não se esvaía enquanto a observava secamente. O infinito ainda permanecia oco, mas agora havia um outro alguém ali para compartilhar, junto dele, sua imensurável solidão.
A devassa sedutora de negro o atraiu para mais perto, permitindo que este pudesse sentir a tenra fragrância de sua fria pele de imortal, inspirando o ar ao seu redor inundado pelo seu aroma luxurioso. A mais bela criatura das trevas que lhe roubaria um beijo devasso.
Aproximando-se do homem a sua frente, sentou-se sorrateiramente sobre o balcão. Suas mãos pálidas baixaram-se até alcançar os ombros vigorosos, os dedos apertando o tecido branco da camisa que lhe vestia com tamanha perfeição.
“Kate” - ele se lembrava claramente do sussurro acariciando seus pensamentos – ela inclinou-se sobre ele, as mãos puxando-o para mais perto enquanto lhe roçava os lábios no lóbulo de sua orelha esquerda.
- Tu és incrivelmente belo porque ainda respira. - confidenciou-lhe aos murmúrios, mordiscando de leve sua pele quente ao passo que suas pequenas mãos deslizavam por sobre a nuca, acariciando e puxando os fios escuros de cabelo entre as unhas afiadas.
Eles se encararam com fervor. Os olhos refletiam um brilho ardente de sedutora paixão. Ela depositou os lábios carnudos sob os dele, lentamente desferindo passagem com os caninos raspando-lhe a língua numa tenebrosa dança sensual.
Incapaz de reprimir a si mesmo, Matthew levou sua mão até a face delicadamente emoldurada pelos longos e sedosos cabelos negros, movendo a ponta de seus dedos nos contornos únicos e graciosos. O beijo solícito que travaram, foi tornando-se langorosamente forte e selvagem. Deu uma leve mordiscada por sobre o lábio inferior avermelhado do rapaz antes de afastar-se completamente.
O sorriso maroto no rosto dela o fez devolver outro igualmente sugestivo. Contudo, subitamente, os sons e os movimentos reapareceram e o vazio foi tomado quando a música não deixou-se inibir, estourando em notas altas e preenchendo o ar pesadamente com a fumaça dos charutos importados.
Seu coração explodiu com poesias ameaçadoras. Da graça apaixonante pela qual foi tomado, por tal deusa do inferno perfumada e traiçoeira. O fato inesperado ocorrido nessa noite não pode ter elucidado e seduzido Matt, se ao menos ele soubesse que foi real, no momento em que todos voltaram a dançar e jogar entre os flashes e música do saguão, ela simplesmente desaparecera.
...

Matthew inquietava-se sobre a enorme cama king size, a janela aberta deixava que o brilho do luar e a brisa fresca acalentasse sua mente enquanto revirava teimosamente o lençol entre as pernas.
Imediatamente empenhou-se para vê-la de novo, tão ativo e eufórico devido a inércia da meia-noite, sob os sussurros noturnos que lhe atingiam a face suada. Buscava por anjos soturnos em seus sonhos. Ele sabia que ela não era um anjo, mas se o fosse, seria o mais perfeito anjo negro destrutivo que já vira. Por horas percorreu os vales tomados pela negritude das nuvens informando a jazida de tempestades quebradiças e densas. Procurou refúgio entre as lápides de um cemitério em que ela pudesse estar esperando por ele, em sonhos.
O suor deslizou em sua testa banhando as têmporas assim que sentou-se sobre a cama, espantando os últimos resquícios de sono ao observar o quarto tomado por uma penumbra reconfortante. Ergueu a mão aos cabelos, bagunçando-os num estilo rebelde e, em seguida, ofegou aborrecido. A mente fantasiosa arruinava-o parcialmente com lembranças de belos lábios curvilíneos seduzindo-o para que abraçasse a escuridão da noite. Apaixonado por um beijo demoníaco,  censurava-se por pensar que podia se relacionar com uma criatura das trevas, que mais provavelmente esteja hipnotizando e drenando o fluido vermelho espesso que percorria os corpos dos meros mortais.
Levantou-se preguiçosamente da cama devido à repentina insônia, se arrastando pelos ladrilhos de mármore gelados sob os pés descalços até alcançar a porta aberta da sacada. O peito nu não arrepiou-se de imediato ao sentir uma brisa fria atingir-lhe a pele quente e lisa. Mas seus lábios crisparam-se de imediato ao sentir um par de mãos gélidas deslizando sobre seu tórax, trilhando caminhos delicados com as unhas agudas e bem feitas. A sensação de ter uma língua escorregando pela extensão de suas costas, e de lábios úmidos beijando-lhe a nuca, arrepiava-o constantemente. O êxtase inicial foi passando a medida que o ar era preenchido pelo perfume dela, Kate.
- Preciso de seu calor, mon amour. -  escutou o farfalhar de sua melodiosa voz adentrar por entre os tímpanos.
Olhos ônix pigmentados de escarlate acompanharam os seus nas mais impuras, eróticas e tentadoras promessas de fantasias carregadas pela noite congelante de inverno. Ela acalmou a alma inquieta que se ocultava entre máscaras e uma cortina de superioridade fingida. Juntos, agarraram-se à sangria sob a luz do luar. O beijo gelado e intenso de Kate ferveu seu pescoço libertando-o do sepulcro, de uma maldição do incansável, e sua ardente carícia arrebatou sua alma mais do que esta poderia jamais suportar.

Girando o corpo bem feito, suas mãos agarraram os ombros femininos. Por segundos insondáveis, quis fitá-la interminavelmente e enxergar a paixão fulgurada no fundo de seus olhos que brilhavam de desejo. Kate lhe parecia tão frágil e delicada, tão fortemente bela e provocante. Sua pele lisa e macia cheirava a flores e frutos silvestres, podia sentir seu sangue borbulhar apenas pelo seu toque. Era inteiramente perfeita.
“Não. Ela é magnífica. O ser mais maravilhoso que caminha entre os mortais”. – corrigiu-se mentalmente enquanto perscrutava o corpo sensualmente iluminado pela luz do luar.
A sedução implícita de sua beleza insinuante chamava por ele. Suas mãos gananciosas baixaram-lhe as alças acetinadas do longo vestido negro, deslizando a seda macia aos seus pés. O braço forte agarrou possessivamente a cintura fina, espremendo-a contra seu peito quente. Os olhos encaravam-se com afinco, contemplando o mar negro na vastidão do olhar  do outro. Matthew sentia a nudez e a frieza daquela pele sensível.
A vampira o abraçou. Suas unhas longas riscavam-lhe as costas sem nenhum pudor. Ele mordeu os lábios, incapaz de camuflar a excitação do gesto tão audacioso. Notou-a deslizar a língua sobre seu pescoço, esfregando a boca faminta em seu lindo rosto de homem nos seus 24 anos. Levou a mão até sua nuca, sentindo a suavidade da pele e dos cabelos sedosos deslizando entre seus dedos, puxou-a de modo que seus lábios abocanhassem os dela.
A boca feminina entreabriu-se para lhe dar passagem, onde ele introduziu a língua para explorar cada canto, sentindo-a entrelaçar com seu doce sabor. Durante a troca de sabores, ele calmamente deslizou as mãos másculas na lateral do corpo imortal. Foi acariciando-a lentamente trilhando um caminho de fogo até o vão de suas pernas, permanecendo ali com os dedos a provocar-lhe incessantemente.
Sentiu-a contrair sob seus dedos, ao passo que uma deliciosa umidade escorreu entre os movimentos e gemidos abafados eram engolidos pelos beijos luxuriosos. Ele gemeu de frustração ao senti-la afastar-se de seu corpo e num rápido impulso, levantou sua perna para que ela pudesse se colar ainda mais ao seu corpo.
- Me faça sua... – ela gemeu em seus braços agarrando-o com ambas as pernas.
- Você será apenas minha e de mais ninguém. – um brilho selvagem tomou conta de suas feições.
Matthew segurou-a pelas nádegas e lentamente dirigiu-se para a cama, esparramando as grossas colchas elegantemente dobradas no chão. Deitou-a no centro do seu leito, debruçando seu membro por cima de sua cavidade molhada. Ela envolveu os braços ao redor de seu pescoço, contorcendo seu corpo num movimento convidativo para iniciar com a dança carnal.
Deslizou suas calças começando a esfregar-lhe frondosamente o quadril, e com o membro totalmente rijo que lhe ardia a alma, penetrou-a de uma só vez arrancando um gemido alto por entre os lábios sensuais. Iniciou gostoso, com movimentos fortes e lentos. Fazendo-a suspirar e gemer em seu ouvido.
- Hum... mais, mais... isso é tudo o que você tem? – provocou-o com um risinho divertido – Eu não sou frágil como todas as outras. – seus olhos faiscaram, vermelhos como sangue, intensos como as trevas que emergiam após o crepúsculo.
- Se no inferno você não conheceu a tortura, vou te apresentar agora. – Virou-a de costas sem se retirar de dentro dela, e com estocadas fortes, começou a bombar-lhe a entrada úmida.
- Ah, ah, ah... – ela contorcia sua vagina molhada, receptiva às investidas que recebia do grosso membro do mortal por quem se apaixonara.
- Não achas que a deixarei gozar assim tão facilmente, acha?
Retirou-se rapidamente dela, mantendo-a ainda de costas para si, porém curvada com a rosto nos travesseiros de plumas, afastando suas pernas com as mãos. Era uma imagem linda vê-la exposta somente para ele desse jeito. Só de ver sua entrada escorrendo pela excitação ele lambeu os lábios antes de se agachar na beira da cama e começar a lamber-lhe o interior. Ela deu um grito de prazer ao sentir ele lhe mordiscar  e penetrar-lhe a língua roçando o clitóris, já inchado por tamanho êxtase. Agarrou com força o quadril, lambendo e sugando vorazmente as dobras de sua vagina, vermelha e encharcada. Deslizou as mãos ágeis pelas curvas de sua cintura agarrando e massageando os seios firmes e torneados, evitando-os assim de balançarem com os movimentos sensuais que ela fazia em sua boca.
Sentiu um liquido quente e adocicado preencher-lhe a boca, enquanto enfiava mais fundo a língua para captar todo o gostinho delicioso que ela tinha. Mal teve tempo de sugá-la, Kate virou-o rapidamente de costas na cama desferindo-lhe a língua no interior de sua boca para tomar-lhe o restante do gozo feminino. Ele arfou ao sentir as habilidosas mãos acariciarem a cabecinha de seu membro, evidentemente animado pelas atenções que recebia.
Ela beijou-o intensamente, mordiscando sua boca e trilhando com a língua um caminho cheio de mordidas e lambidas, descendo do queixo ao umbigo malhado, continuamente movimentando sua mão entre as pernas. Matthew sentia-se leve, deixando escapar gemidos guturais quando ela comprimia seu membro entre as pequenas mãos ágeis. E teve vontade de gritar aos quatro ventos quando ela abocanhou seu pênis sugando-o vorazmente enquanto o encarava com olhos injetados. Colocou ambas as mãos prendendo os cabelos cor de ébano, que deslizavam como uma cascata negra por suas costas nuas. Era delicioso ter o membro na boca quente e úmida dela, tão gostosa quanto sua vagina apertada.
- Você adora isso não é meu amor? – disse entre uma chupada e outra.
- Adoro... e você não sabe o quanto meu amor! – fechou os olhos sentindo-a cravar as unhas em suas coxas excitando-o ainda mais. Despejou seu fluido denso e leitoso na boca dela, fazendo-a engolir e lamber cada gotinha que saía pela ponta de seu pênis, incrivelmente duro e ereto.
Ela levantou-se tão delicada e provocante, fazendo-o escorregar até o meio da cama, com as costas apoiadas nos travesseiros e na parede revestida pelo vintage que marcavam a época. Ela se aproximou calmamente  abrindo as coxas fartas posicionando-se sobre seu membro quente e latejante., esfregando a pontinha na sua entrada para que sentisse a umidade óbvia que se formava.
Num movimento rápido, ela sentou sobre sua dureza erótica, sentindo seu corpo se contorcer para receber tamanha grossura de uma vez só. O gesto arrancou gemidos altos de ambos, que se encaravam voluptuosamente .
- Você gosta de um pau grande nessa sua bocetinha molhada não é? – Matt a provocou com um sorriso de canto, soando um tanto convencido.
Kate, a única vampira-demônio de sangue puro que sobreviveu por milênios entre os dois mundos, protegida pelo abraço eterno das trevas e luzes remanescentes, não deixaria barato. O fulminou com olhos escarlates ardentes, e lhe devolveu com a voz perigosamente sedutora:
- E você “mon amour”... jamais sentirá prazer igual – deu-lhe um beijo cálido e longo, imobilizando seus braços e pernas e intensificando o tato entre as duas peles.
Satisfeita, começou com movimentos lentos inclinando o corpo para trás, de forma que somente a cabecinha do pênis ficasse dentro de si. Matthew queria segurar seu quadril, obrigando-a a rebolar com força em seu colo, porém não sentia seus braços e pernas, pareciam pesos mortos ao passo que sua pele ardia de excitação pela performance sensual que ela fazia sobre si.
“Maldita! Que minha alma queime no mais profundo inferno se ela continuar a me provocar desse jeito!” – Ahhh... Kate... hummm... que deliciosa...
- Abra a boca e feche os olhos – com um sussurro suplicante ele prontamente obedeceu, e sentiu a maciez de seios fartos encaixarem-se em seu rosto cujos bicos imploravam para serem sugados por seus lábios.
- Humm... isso meu amor, continue assim... isso... Ah! – A deusa imortal começou a arfar enterrando-se mais fundo no colo de Matthew, que gemia de prazer e frustração por não poder se movimentar.
...

Houve um estalo em sua mente. Abriu os olhos e parou rápida e silenciosamente atrás de uma moça bêbada que mal podia se sustentar nos próprios pés. Balançou a cabeça para espantar as lembranças de um passado distante que fazia questão de manter no lado mais negro de sua mente. Olhou para a figura desprezível que se encontrava esgueirada nas pesadas cortinas de veludo. Botou sua máscara de superioridade e arrogância fingidas, como há muito tempo havia fazendo e murmurou sem muita paciência:
- Este é um espaço restrito. Só podem adentrar “pessoas” qualificadas, e você – analisou criticamente a moça, cuspindo as palavras a seguir – não sabe nem se manter em pé, quem dirá ser digna de pisar aqui?
- Des-des-desculpe... eu, eu... – ela mal podia pronunciar uma palavra, um misto de ódio por rejeição e admiração pelo homem à sua frente, além do mar de lágrimas que escorriam pelo rosto, a impediam de formar uma frase.
Sem muita paciência e extremamente aborrecido por ser tirado de seus devaneios, Matthew mudou a feição severa para uma mais compreensiva.
- Está perdida? Se precisar posso...
- NÃO! – o berro o pegou desprevenido. Que raio de garota bêbada e escandalosa era aquela? Como ela ousa...
- Está bem. Vou chamar um táxi e pedir que a levem embora daqui. IMEDIATAMENTE.
Tirou um pequeno smartphone do bolso do casaco e começou a discar um número, mas antes que pudessem atender, a “bêbada escandalosa” segurou-lhe o braço.
- Nã-não precisa. Só... só quero que ele volte para mim. – confessou chorosa, debulhando-se novamente em lágrimas e soluços histéricos.
“Problemática. Ótimo! Sabia que não devia ter aceitado a proposta de fazer uma festa aqui. Da próxima vez irei lacrar as portas, ou pensando melhor, não haverá próxima vez!”
- Bom, mostre-me quem é o sujeito e terei prazer em ajudá-la. – forçou o sorriso “camarada” mais falso e fingido que tinha.
- Ele está na pista de dança... co-com ela. – Matt teve a impressão de ver os olhos da garota faiscarem, e num impulso, ela levantou-se desajeitadamente e se não fosse por ele, teria esbarrado de cara diretamente ao chão.
- Venha. Vamos separar esse sujeito “dela”.
Direcionaram-se para fora do andar superior, e em meio a flashes e música alta, a bêbada ao seu lado apontou para um ponto central na pista lotada.
- ELE ESTÁ LÁÁÁÁ! – berrou para ser ouvida além da música.
Como bom servo das trevas, ele ouvia perfeitamente o ruído de uma agulha caindo a quilômetros de distância. E a voz estridente o fez pensar que tragicamente perdera os tímpanos!
- Tudo bem, vamos até lá. – puxou-a pelo braço caminhado sorrateiramente desviando dos humanos suados na pista, e seus olhos captaram num único flash, algo que destruíra completamente sua existência. Levando-o a ter um renascimento negro.

Chapter II: True Blood Sorceress




“Hum... que delícia – disse sussurrante ao ouvido enquanto passava a língua por toda a extensão do pescoço alvo e macio. – Seu cheiro é simplesmente tentador”...
Não parava sequer um momento de passar as mãos grossas e ásperas pelo corpo feminino, descendo e subindo pelas curvas esculturais deleitando-se com o contorno e os arrepios que causava com o simples contato de seus dedos quentes.
“Ah... – um gemido baixo escapava numa golfada longa de ar pelos lábios semi abertos”.
“Quero provar-lhe... – brincava com dois dedos dentro da intimidade úmida e gotejante – Hum... você será minha e de mais ninguém”...
“Sua? Quem disse? – virou o corpo esguio de frente ao corpo másculo de deus. Apoiou as delicadas mãos nos ombros largos, encarando a imensidão das esmeraldas brilhantes pelo desejo carnal, aproximando-se do ouvido provocou-o – Vou provar um pedaço dessa sua alma de demônio imortal... e levá-lo a ten-ta-ção meu querido”.
Mordiscou a ponta da orelha traçando beijos na mandíbula e deslizando até a linha do pescoço masculino. Sorriu perversa e ele marotamente com o que viria a seguir. Levantou os lábios expondo os caninos, enquanto mirava uma dobra e seus olhos vermelhos faiscavam de luxúria. Ela abocanhou vorazmente a pele exposta abaixo do queixo e ele urrou de prazer ao forçar seu membro ereto entre suas coxas, encaixando-a perfeitamente em seu colo. Enlaçou os dedos nos longos fios negros, instigando-a a beber mais de seu sangue.
“Isso... beba meu amor. Sinta como minha alma a deseja, enquanto o meu corpo a possui. – ele estocava mais forte, sentindo-a comprimir os músculos em torno de si – Diga-me o seu nome... me revele ele”...
“Kate... – sussurrou em seu ouvido, a mais bela canção que o demônio já ouvira”.



... 

-             Merda! De novo com esses sonhos! – praguejou cobrindo o rosto com o travesseiro. Tentava inutilmente esmagar os neurônios para abafar os pensamentos de segundos atrás. – E por que não pode ser ao menos eu? Tem que ser com uma desconhecida?? – sentiu o shorts do pijama úmido e uma sensação de formigamento. Vencida, arremessou o travesseiro do outro lado da cama e foi ao banheiro tomar uma ducha gelada.

Há apenas duas semanas atrás, Ashton Van Dien estava cansada da vida na tediosa cidade em que morava. Na metade da faculdade, com notas acima da média e homens querendo levá-la para encontros noturnos que sempre acabavam em suítes de motel, bancos traseiros de carro ou até mesmo na cama, sofá, cozinha e o banheiro de algum deles, nada mais era do que tedioso para ela. Faltava conhecimento nos professores em sala de aula, e criatividade nos homens na cama.
-             Que calor! Estamos em pleno final de ano, um calor insuportável e sem planos para passar o natal... Acho que está na hora de alterar essa rotina miserável. Vou para algum lugar com muita neve. Nada mais saudável do que passar alguns meses fingindo que Papai Noel existe.
Ashton era uma mulher singular. Tinha olhos negros escarlate como cerejas e cabelos longos e lustrosos que pendiam nas costas. Inteligente e indomável, sabia o que queria e como o queria na hora que bem entendesse. Sua independência era um desafio para os homens, assim como seu corpo jovem e sedutor. Seus lábios cheios e voluptuosos com seios firmes e bem torneados eram uma promessa que muitos jovens almejavam conquistar, mas que muitos poucos tinham o privilégio de experimentar.
Nunca teve amigas mulheres, apreciava a companhia de alguns homens com os quais sempre podia contar. Tentou ter compromissos sérios, mas nenhum mostrou-se ser proveitoso o suficiente, pois a maioria queria mandar nela, controlar sua vida e usá-la como brinquedinho sexual. Houve outros que nem sequer se atreviam a tocá-la, de excitá-la, querer fazê-la desejá-los como eles a desejavam. E é claro, haviam aqueles que apenas abriam-lhe as pernas, baixavam as calças e a penetravam para logo em seguida gozarem. Ela nunca gozou. O prazer que ela tinha nunca permitiu tal proeza. Por isso ela desprezava os homens, sempre tão egoístas. Odiava tanto ter que fingir para eles gozaram que decidiu nem se dar mais ao trabalho. Ao invés disso, passou a explorar o corpo masculino, cada toque que dava em diferentes partes do corpo desencadeavam as mais diversas sensações, e cada carícia fazia-os tremer de prazer.
Ela se apaixonou uma vez, por um homem alto, louro e inteligente. Ele sabia como diverti-la ao mesmo tempo em que tinha conversas inteligentes com ela. Ele se esforçava para dar-lhe tudo, mas ela sempre recusava, pois já achava o suficiente poder estar com ele. O primeiro beijo ocorreu no caminho para casa, já era noite e ele ofereceu uma carona após o trabalho. O ato ocorreu com tamanha naturalidade que não importava mais nada para ela, pois ela o queria. O desejo se intensificou dia após dia até tornar-se impossível negar a vontade pela carne do outro. Na hora do almoço foram até um motel e relaxaram, despiram-se cuidadosamente enquanto se acariciavam e beijavam os corpos. Ele passou dos lábios para o pescoço, mordendo a clavícula, apertando os seios, lambendo a barriga e arrancando com os dentes a calcinha fina de renda. Lentamente ele começou a chupar a entrada de sua vagina, enfiando e brincando com a língua enquanto comprimia as nádegas firmes de Ashton, causando-lhe sensações até então desconhecidas para ela. Sentiu um prazer enorme e deslizou ao pé da cama tomando o membro rijo entre as mãos e o lambendo na cabecinha, para depois sugar e chupá-lo com força. À beira de gozar, ele a levantou na cama e deslizou para cima dela, penetrando-a deliciosamente com o enorme pênis duro e chupando o bico de seus seios que balançavam com o movimento. À medida que Ashton gemia, mais sua vagina se umedecia, e mais ele forçava o membro para dentro dela, e quando não mais podia esperar, ele a virava fazendo-a ficar de bruços e gozando exaustivamente.
A partir disso passaram a transar quase todos os dias durante o segundo ano de faculdade de Ashton, até o dia em que ela descobriu que ele era casado há 12 anos e com uma filha recém-nascida. A paixão havia acabado, assim como o sexo.

...

-             Thomy! Como vai cara, quanto tempo que não nos vemos! - gritou um rapaz moreno com um sorriso estampado no rosto enquanto acenava com o braço do outro lado da rua.
-             Olá Harold, pois é cara. Que anda fazendo por esses lados?
-             Como assim? Estou estudando, tem vestibular daqui a alguns meses. E você? Sumiu do mapa cara.
-             Estou sossegado agora. Estou pensando em viajar, esfriar a cabeça... sabe como é. - disse dando de ombros, com um pequeno sorriso torto nos lábios.
-             Hum, entendo. Mulheres. Sempre causando alvoroço. Mas o que faríamos sem elas? Diversão não falta. Há há há há.

Thomas Roddfield sempre fora tratado como o tal. Estudou apenas em escolas particulares e frequentou os melhores cursos da região, mas não dava a mínima para tudo isso, pois sempre teve tudo o que queria sem despender o menor esforço para conseguir. Tudo para ele era simples e fácil, sonhava com uma vida de rock, sexo e tranquilidade. Livre de qualquer tarefa ou dever que o aborrecesse. Filho único de uma família socialite, sempre teve toda e qualquer tipo de mulher, bastando apenas um estalo de dedos para ter uma diferente para saciá-lo na cama todos os dias.
Moreno, dono de um corpo esguio com músculos firmes e um rosto de capa de vogue, tinha um charme arrasador que sabia muito bem utilizar por detrás de seus olhos castanhos ardentes. Sua voz grave possuía um timbre agudo capaz de hipnotizar e derreter qualquer mulher que tivesse nos braços. Era um amante voraz e inovação era sua filosofia.
Teve várias ficantes, diversas amantes e namorou sério uma única vez. Considerava as mulheres fracas, manipuláveis e fáceis de enganar. Contudo, não se permitia ofender nenhuma em sua frente, ou magoar por algum ato seu. Agia cautelosamente diante de uma fêmea, pois ela possuía o que ele mais apreciava no sexo oposto: uma boceta, a entrada secreta para levar qualquer mulher ao delírio. E ele sabia que tendo a chave certa, as entradas seriam ilimitadas. Ele tinha a chave.
Com apenas 20 anos, aparentava ser um homem mais velho. Sua bela aparência sempre lhe garantiu bons partidos e inúmeras parceiras de cama. Era admirado por muitos e invejado pelas amantes, que sempre competiam pelas suas atenções. Detestava quando elas persistiam com telefonemas e mensagens, não se dando ao luxo de responder a maioria delas.
-             Quando eu quiser foder é só escolher uma delas na minha lista. Não o contrário.
Thomas era extremamente cuidadoso. Nunca mantinha os registros de suas principais amantes no celular e muito menos anotados em qualquer lugar escondido. Apenas guardava o registro de mensagens recebidas para constar, pois alegava ter péssima memória, e sempre excluía todas as suas respostas da caixa de saída. Já presenciou muitas encrencas e preferia evitar esses tipos de transtornos ao máximo. Mas ultimamente faltava algo em sua vida, algo que ele não sabia muito bem ao certo o que era. Desde que se mudara para uma cidade maior, a atração por diversão não faltava: estudava de segunda a sábado, dormia durante a tarde quando tinha folga e ia todas as noites ao bar beber com amigos e sair com as mulheres. Estava indo tudo às mil maravilhas, até que de repente tudo virou simples rotina.
-             E então? Quais os planos para o fim de ano? - Harold perguntou todo curioso de repente.
-             Ainda não sei. Vou variar dessa vez, ir para algum outro país fazer turismo. - pensativamente começou a passar a mão no queixo imaginando as possibilidades.
-             Seus pais vão contigo como sempre?
-             Hummm... creio que dessa vez não. Provavelmente estarão na casa de meus avós. Califórnia... já faz um tempo que fui para lá. Ou será melhor Londres... ?

No aeroporto internacional Ashton aguardava na fila para comprar sua passagem para a Europa. Mal esperava para se ver livre de toda a gente que passou anos a entediando e das propostas pouco criativas que recebia. Era estranho para ela que a maioria dos garotos com quem ela estudara de repente mostrassem interesse de levá-la para encontros.
        “Pelo que eu saiba, estou exatamente igual ao que era antes... e ainda há todas aquelas mulheres me encarando também. Não sabem que é falta de educação?” - franziu a testa pensativa e já ficando irritada.
          “Isso é tão irritante! Na última vez que fui...”
       Quando chegou sua vez, um homem lhe esbarrou derrubando sua bolsa no chão. Carrancuda, Ashton fechou os olhos, respirou fundo e se abaixou para pegar suas coisas esparramadas pelo piso.
-             Me desculpe, estou falando ao celular... já lhe ajudo... - disse apressado o rapaz.
-             Não precisa se incomodar. Já estou terminando.
Quando Ashton ia pegar sua carteira, notou que havia brilho e fragmentos de pó Chanel cobrindo toda a base e o interior dela. Olhou dentro da bolsa e viu a origem da bagunça: todo seu conjunto de maquiagem havia se partido e sujado suas coisas, com exceção dos óculos escuros, que estavam prendendo seus cabelos.
            “Oh my God! Não creio que terei de comprar maquiagem nova... tudo por causa de um imbecil que não olha por onde anda! Ahhhh!!!!”
-             Mil desculpas moça. Eu realmente não a vi quando estava no celular e...
-             Imagine... não se preocupe. “Blá, blá, blá... idiota! Perdi todo meu conjunto Chanel! Pouco me interessa com quem você estava falando”.
Ashton se levantou, pediu licença e sem olhar para o rapaz se dirigiu até um cesto de lixo próximo despejando o conteúdo esmigalhado da bolsa. Suspirou uma vez e se dirigiu até o balcão reservar uma passagem. Sentiu alguém lhe cutucar no ombro, e já sem paciência virou-se.
-             Que foi?
-             Er... desculpe por te incomodar novamente. Tem certeza de que não há nada que eu possa fazer?
Ashton finalmente olhou para o homem. Realmente era muito bonito, tinha uma sorriso divertido e os olhos mais intensos que já vira. Seu perfume exalava uma mistura de madero com citros. Hugo Boss talvez? Mas ela já se acostumara com tipos como o dele.
-             Sinceramente não. Lamento, mas tenho um avião para pegar. Adeus. - Virou-se pegando a passagem e se dirigindo ao portão de embarque. “Hum... vou precisar de um guia turístico. Talvez eu possa ver com uma das aeromoças...”
-             Senhor? Em que posso ajudar? - chamava a recepcionista ao ver o rapaz parado na fila olhando em direção ao portão.
Thomas  estava pensativo. Nunca vira e tão pouco conhecera uma mulher daquela. Não era muito alta, mas era linda e com certeza tinha uma personalidade marcante. “Hum... muito interessante...”
-             Senhor?
-             Olá, quero um assento na janela. Vou para Londres.

...

O vôo para Londres estava calmo. Mesmo estando cheio, a aura era de incrível tranquilidade. Ashton relaxava confortavelmente na poltrona, escrevendo seu livro e ouvindo música para descontrair.
         “Mal posso acreditar! Vou poder desfrutar da neve e ainda conhecer um novo mundo! Hum... terei de comprar um kit de maquiagem novo também, mas isso pode ficar para depois...”
       Sentiu sede, mas não estava com vontade de beber suco ou água. Estava eufórica demais para se acalmar. Olhou para os lados e acenou para uma aeromoça que terminava de servir um senhor de meia idade.
-              Posso servi-la com algo mademoiselle? - ofereceu a aeromoça loura com um forte sotaque canadense.
-              Um martíni por favor. Você teria um guia turístico do país também?
-              Oui mademoiselle. Só um instante.
-              Merci bouc.
Enquanto esperava Ashton resolveu continuar trabalhando em seu novo livro pessoal: “Bread & Wine: The night tales”. Desde quando ainda era adolescente, sentiu uma forte necessidade de expressão, e a melhor forma que encontrara fora escrevendo. Escreveu inúmeros livros que distribuiu somente a poucos conhecidos, que os divulgavam anonimamente em sites de e-books e outras páginas de editores. Recebera propostas para ser uma escritora profissional, mas recusara todos alegando indisponibilidade de tempo.
Olhou ao redor e via casais abraçados, executivos folheando pastas de arquivos, alguns senhores de meia idade dormindo tranquilamente e crianças curiosas com o sistema de cinto de segurança dos assentos. Levantou-se para relaxar os músculos avisando a aeromoça loura que trazia seu martíni e um catálogo debaixo do braço, que iria ao banheiro por uns instantes. Pegou a bolsa e dirigiu-se à cabine seguinte desviando alguns passageiros que vinham pelo mesmo corredor.
Chegou à porta do banheiro e no instante em que pegou na maçaneta, outra mão pousou sobre a sua.
-              Excuse moi. Je ne... - Ashton parou abruptamente de falar. Sentiu raiva e surpresa lhe percorrerem as veias no instante em que olhou para a pessoa ao seu lado.
-              Olá. Nos encontramos novamente. - Thomas lhe sorria, com intensa simpatia.
-              Oi. Me desculpe, pode usar o banheiro primeiro.
-              Que isso! Faço total questão das damas primeiro.
Ashton hesitou. Nunca pensou em encontrar o rapaz novamente, ainda mais no mesmo vôo. Já teve problemas com ele antes e não pretendia atrair mais confusão, o melhor era ficar longe e torcer para não esbarrar nele. Ou melhor, que ele não esbarrasse nela.
-              Obrigada.
Entrou e abriu a bolsa na pia. Esquecera completamente que estava suja e empapada com restos de maquiagem. Sem muitas opções, Ash optou em fazer só um retoque nos lábios com o único batom scarlatte que lhe restara. Contemplou-se mais uma vez e saiu do banheiro deixando a luz acesa.
-              Antes que você partir de novo... poderia ao menos me dizer o seu nome?
-              Como? - Ash estava confusa, não esperava que ele estivesse esperando por perto.
-              Seu nome. Já que recusou minha ajuda no aeroporto, gostaria ao menos de saber seu nome. Me chamo Thomy, prazer.
-              Ash. Muito prazer Thomy.
-              O prazer é todo meu. - Thomas pegou a mão de Ashton e a beijou delicadamente, aspirando o perfume de sua pele.
“Charmoso, não posso negar. Mas não confiável... uma pena.”
-              Bom, espero que tenha uma boa viagem. Adeus Thomy.
-              Obrigado. Adeus Ash.
Thomas ficou observando Ashton se virar e atravessar para a outra cabine, desaparecendo por detrás das cortinas vermelhas. Em seguida, entrou no banheiro e trancou a porta.
“Meu Deus! Mas que mulher! Tão fria e tão direta. Será que ela irá para Londres também? Devia ter perguntado. Hum... seu perfume é tão gostoso... ”
Nesse instante, Thomas ficou imaginando como seria levá-la para a cama e se admirou ao ver que teve uma ereção. Sorriu satisfeito à sua imagem no espelho e decidiu fazer uma promessa.
-              Da próxima vez, não vou deixá-la escapar Ash.

Eram 11:00 da manhã quando o avião chegou ao aeroporto de Londres. Estava nublado e a brisa que soprava era fria como gelo. Ashton ainda ficou sentada no avião esperando que a maioria dos passageiros saíssem, contemplando a plataforma lá de cima, parecia uma multidão de formiguinhas se agrupando. Pegou sua bolsa e o guia turístico da Louis Vuitton que a aeromoça lhe dera e começou a procurar os locais que marcou.
Thomas já se encontrava parado na esteira, esperando para pegar suas malas. Ficou observando a multidão se dissipar, mas não havia nenhum sinal de Ash. Tinha esperanças de encontrá-la antes de ir procurar um hotel, quem sabe não poderia convidá-la para almoçar. Pegou as malas e se dirigiu ao portão de desembarque, esperando.
-              Com licença madame. Aqui estão suas malas. Quer que chame um táxi? - um senhor de meia idade, elegantemente uniformizado tirava as malas de Ash da esteira rolante.
-              Ah sim. Muito obrigada. - Deu uma gorjeta e entrou no táxi. - Para o Hilton, por favor.
-              Sim senhora.
As ruas estavam apinhadas de pessoas, mesmo estando um dia muito frio para caminhadas, e havia muita neve espalhada pelos acostamentos onde crianças se divertiam jogando bolas de neve umas nas outras. Ash sorriu ao ver que começava a nevar.
-              Está apenas de visita madame? - indagou o motorista olhando pelo retrovisor. - Posso lhe sugerir bons lugares se preferir.
-              Obrigada, mas já tenho planos de visita.
-              Humm... me perdoe pela pergunta, mas é casada?
-              Olha, sinceramente não penso em me casar. Acho casamento um assunto bastante delicado, e... creio que não me casarei, se é que me entende. - Ash forçou um sorriso para que o motorista trocasse de assunto.
-              Bom, você é jovem, e muito bonita. Não acho certo ficar sozinha por um país desconhecido. Espero que encontre um bom partido por aqui senhora.
-              Obrigada.
-              Bem, chegamos. Se precisar de algo, pode me chamar a hora que quiser – estendeu um cartão – Me chamo Herold. Max Herold.
-              Obrigada novamente Sr. Herold.
-              Pode me chamar de Max, senhorita...
-              Apenas Ash.
-              Ash, certo. Me lembrarei sempre, é um nome muito bonito – um sorriso de satisfação se abriu no rosto de Max. - Até breve Ash, e divirta-se na cidade. Londres tem muitos atrativos, ainda mais nas festas...
-              Ok. Eu irei. - acenou para o táxi que arrancava no sinal verde.
“Enfim cheguei. Agora, vamos às compras...”
Após se instalar numa suíte do hotel, Ashton decidiu tomar um banho e sair para fazer compras. Desceu até a recepção e viu que havia todo um complemento de lojas no hotel, mas optou por sair e respirar o ar gélido e almoçar no centro.
“Papai iria adorar vir para Londres se ainda estivesse por aqui. Vou comprar umas lembrancinhas para todos e ver onde acho maquiagem...” De repente Ashton se lembrou de Thomas, seu sorriso, seus olhos intensos e seu perfume na cabine.
“Deus! Só posso estar ficando louca. Ainda bem que não o encontrarei mais, duas vezes num só dia foram o suficiente. Foco. Preciso me distrair... mas de que jeito?”
Como uma resposta às suas preces, havia um cartaz divulgando a inauguração de um novo bar noturno, na avenida Birmingham próximo ao hotel onde se instalara. Teria de comprar roupas novas no final das contas, mas teria de pensar num estilo, e rápido... antes que as entradas se esgotassem.

Doze horas em ponto. O Big Ben soava alto pela cidade, mesmo estando à uma boa distância do hotel. Thomas se encontrava sentado na recepção, lendo uma revista de celebridades e pontos turísticos de Londres. Folheava distraidamente enquanto esperava que a garçonete lhe trouxesse o conhaque expresso.
-              Aqui está senhor. Deseja algo mais?
-              Sim. Qual seu nome? - Thomas folheava a revista, sem olhar para a garçonete.
-              Susan. Susan Thompson. Precisa de algo em especial senhor? - a garçonete era loura, com olhos verdes inteligentes, magra e alta. Pareceria atraente se estivesse usando outras roupas e não o uniforme vermelho e dourado do hotel.
-              Claro. Quer ir comigo à uma festa? Não conheço ninguém desse país. - Thomas olhou a garota de cima a baixo, e depois sorriu sugestivamente.
-              Bom, eu... é... - Susan estava confusa, nunca um homem lhe convidara para sair, e era regra explícita do hotel não sair com clientes. Mas olhando para ele, ela não teve dúvida de que se tratava de um homem elegante e muito bonito.
-              Posso te pegar às 8 e meia no saguão? Ah! E vista uma roupa confortável... vamos à uma festa a fantasia. - Thomas se levantou deixando a revista aberta onde se lia: “Inauguração de novo bar e casa noturna na Birmingham Avenue! Imperdível! Início às 8 em ponto entradas restritas até as 10. Obrigatório o uso de fantasia”.
Susan ficou parada, digerindo o que acabara de acontecer. Quando finalmente deu-se por si, foi correndo até a cozinha contar a novidade às colegas de trabalho.
Thomas saiu do hotel, precisava arranjar uma fantasia para a noite e não podia decepcionar a garota garçonete que acabara de convidar para sair. Estava tão acostumado com o “sim” das mulheres que nem se deu ao luxo de perguntar mais sobre ela. Apenas o nome bastava, no dia seguinte não a encontraria mais, isso se ela fosse interessante, aí sim quem sabe poderiam sair mais vezes. Caminhava sem rumo, seguindo pela principal rua comercial da cidade olhando as vitrines pelas quais passava. Resolveu entrar na Hèrmes e provar alguns tuxedos de corte, comprando dois deles. Ao sair, avistou uma loja Chanel à frente, e subitamente se lembrou de Ashton despejando algo da bolsa no cesto de lixo no aeroporto. Riu da lembrança e decidiu dar uma olhada na loja.
Era enorme. Havia sessões para todos os estilos e gostos, e as vendedoras eram todas jovens e atraentes. Uma mulher de cabelos castanhos bem maquiada foi atendê-lo, observou Thomas da cabeça aos pés e se admirou ao ver que era muito atraente, algo nele transpirava sexo, e ela gostava de homens desse tipo. Quem sabe poderia dar o número de seu telefone.
-              Em que posso ajudá-lo senhor?
-              Olá, gostaria de ver se vocês tem maquiagem ou algo do tipo. - Thomas deu seu sorriso cativante, deixando a vendedora sem palavras.
“Meu Deus! Como ele é um gato! E muito cheiroso também... espero que a maquiagem seja para a mãe ou uma tia de aniversário”.
-              Claro. Siga-me por aqui, por favor. Temos aqui desde o conjunto mais básico para o dia a dia, ao kit mais completo para festas e ocasiões especiais. Qual lhe agrada?
-              Hum, na verdade não sei qual ela usa. Esperava que você pudesse me dar uma mãozinha.
-              Claro. Sabe me dizer como ela se maquia, mais ou menos?
-              Bom... - Thomas lembrou-se do rosto de Ashton no aeroporto, e depois no avião. Lembrou-se que ela usava batom vermelho, tinhas as bochechas cor de pêssego e um perfume delicioso. - Na verdade, acho que vou levar um de cada. Assim ela poderá escolher o qual lhe agrada mais.
-              É muito generoso de sua parte. Gostaria de embalar para presente?
-              Claro, por favor. Com um cartão.
-              É para algum parente? - a vendedora corou ao fazer uma pergunta tão indiscreta, mas cheia de esperanças.
-              Ah não! É para uma mulher que espero encontrar novamente. Sei que ela está na cidade, então é uma questão de tempo para nos encontrarmos.
-              Claro senhor, tenho certeza de que encontrará. “Maldição! Seja lá quem for, espero que seja bem feia e ele dê o fora nela”. Aqui está.
-              Obrigado. Tchau.
Olhou para o relógio, ainda eram 4 da tarde. Teria bastante tempo até buscar a garçonete no saguão e se preparar para o evento da noite. Olhou para a sacola na mão e sorriu de satisfação.
“Ash, Ash...”.

-              Eu vejo uma grande vitória à frente, meu senhor...
-              É mesmo? Então você não se importa de dar uma pequena demonstração, não é? Você voltou diferente...
-              Eu lhe garanto que continuo a mesma meu senhor.
“É um filme bem interessante... e essa feiticeira é muito bonita... É isso! Já sei do que vou para a festa de inauguração! De Cassandra, a feiticeira do Menon! Como não pensei nisso antes? Hahahaha... Agora vou ter que sair de novo para comprar as roupas e jóias... será que ainda dá tempo? Hum, ainda são 4 e meia... vou pegar um táxi, ou melhor, vou ligar para o Max, quem sabe ele possa me ajudar”.
Quinze minutos depois, Max já esperava Ashton na frente do hotel.
-              Olá Ash, em que posso ajudar?
-              Olá Max, preciso que você me leve às compras!
-              Co-compras? Mas já não passou o dia inteiro fazendo isso? Hahaha...
-              É que eu decidi ir à uma festa, e por isso preciso fazer compras...
-              Hum... entendo. É a festa à fantasia da Birmingham Avenue? Se for, tem a loja perfeita para irmos.
-              Sim, é bem essa, por favor Max! Aliás, como você sabe que é essa a festa? Existem muitas outras acontecendo esta noite! - zombou ela, enquanto Max dirigia pelo centro desviando de alguns carros.
-              Simples: há muitas pessoas saindo para comprar fantasias esta tarde. E há cartazes espalhados pela cidade toda já fazem duas semanas! É de se imaginar que será uma festa das grandes! Já comprou o ingresso? A entrada é limitada até as 10 da noite também.
-              Não, ainda não. Pensei em comprar na hora, será que vai ter?
-              Olha, não sei. Mas se quiser, posso te dar um que tenho aqui – abriu o porta luvas e tirou uma espécie de cartão magnético – um passageiro saiu apressado hoje na hora do almoço e esqueceu isto aqui no banco. Pode levar garota.
-              Muito obrigada! Mas tem certeza de que não vai precisar?
-              Olhe bem para mim Ash. Já não tenho mais idade para esse tipo de festas. Hahahaha. Bom, chegamos. É aqui. Quer que eu te espere?
-              Não precisa, muito obrigada! Você já fez mais do que o necessário. - Ash saiu do táxi e começou a correr para a porta a loja.
-              Divirta-se! - viu Ash acenar e entrar na loja de antiguidades. - Espero que possa encontrar alguém interessante nessa festa. Seus olhos não me enganam... Kate...
       Ashton entrou na loja e viu que estava apinhada de pessoas, todas procurando e experimentando fantasias. Havia diversos tipos: personagens de quadrinhos, barbies, desenhos animados, policiais, enfermeiras, monstros e astros do rock. Andou mais a fundo e encontrou o que queria: uma sessão de artigos egípcios, e por sua sorte, ainda havia muitas coisas lá. Pegou alguns lenços e vestidos para provar, além de braceletes, colares, tornozeleiras e tiaras douradas. Olhou-se no espelho e se admirou com a semelhança do personagem. Juntou tudo e pagou no caixa, indo em seguida para um restaurante que viu na esquina jantar. Teria tempo para chegar ao hotel e se arrumar.

Às oito horas Susan estava no saguão, pronta para sair com o homem que conhecera no começo da tarde. Usava um longo vestido vermelho e uma peruca preta de Betty Boop. Achava-se exageradamente maquiada, mas não ligou muito para esses detalhes, pois havia preparado uma surpresa ainda melhor para o final da noite.
           “Esta noite vou ter você todinho para mim! Como será que ele deve ser sem roupas?”
        Quinze minutos mais tarde, vislumbrou Thomas descendo as escadas vestido com um elegante terno preto de cotelê. Olhou ao redor em busca de Susan e ficou surpreso ao ver que uma mulher vestida de vermelho vinha ao seu encontro.
-              Olá, er... não sei seu nome.
-              Thomy. É você a garçonete de hoje cedo? - Thomas disse com um sorriso brincando nos lábios.
-              Não está bom? - de repente Susan ficou preocupada, esperava que ele se lembrasse dela.
-              Está perfeito. Você fica muito bem de vermelho. Vamos? - estendeu o braço para ela.
-              Qual é seu personagem afinal? Ainda não consegui identificar.
-              Bond. James Bond. Queria brincar de espião hoje. - riu Thomas conduzindo Susan para o banco traseiro do táxi. - Para o Birmingham Avenue, por favor.
-              Claro senhor.

Chegaram ao bar e havia uma fila de dois quarteirões com múltiplos personagens. Susan olhou preocupada para a fila, pois não estava muito acostumada a usar saltos agulha, e ter de ficar horas de pé era uma ideia apavorante.
-              Teremos que enfrentar tudo isso de fila? - perguntou espantada.
-              Claro que não. Tenho entradas VIP. Podemos entrar direto, não se preocupe.
-              Ah!
Desceram do táxi e Thomas foi conduzindo Susan para a entrada. Mostrou os cartões magnéticos e foi encaminhado à mesa marcada nos cartões.
-              Sejam bem vindos. Tenham uma ótima noite e divirtam-se.
-              Obrigado, nós iremos - olhou para Susan e deu uma piscadela. - Está com sede?
-              S-sim. Cerveja por favor.
-              Duas cervejas por favor.
-              Só um instante senhor.
-              Obrigado. - virou-se para Susan – E então? Como é viver em Londres?
-              É bem agradável na verdade. Tem lugares muito bonitos para se visitar, uma comida excelente e ainda há essas festas noturnas. É a primeira vez que vem para a cidade?
-              Na verdade sim. O país me pareceu muito interessante, eu estou só de passagem.
“Um turista. Ainda mais fácil de se conversar. Só alguns goles de cerveja e ele será todo meu”.
-              Me diga, quais são seus lugares preferidos?
-              Há vários, como o Big Ben, a praça principal, o parque ecológico da zona oeste, o museu de Londres. São todos muito bonitos, vale a pena visitar.
Thomas de repente se aproximou mais de Susan, colocou a mão em seu rosto passando os dedos no queixo e sussurrou em seu ouvido.
-              E são tão bonitos como você? Ou você é a melhor parte da cidade? - aspirou o perfume de seu pescoço, provocando arrepios na nuca de Susan.
-              Bom, isso eu ainda posso te mostrar... - deu um beijo em Thomas, saboreando o sabor de seus lábios.

-              Por aqui senhorita. Sua mesa é a 71. Gostaria de beber algo?
-              No momento não obrigada.
-              Quando precisar é só chamar que um dos garçons virá atendê-la.
-              Ok, eu irei.
“Que roupa é essa? Ela é sem dúvida muito linda... fico imaginando o tipo de acompanhante que ela terá” – pensou o garçom.
Ashton colocou o casaco ao lado do divã e abriu a bolsa para pegar o cartão.
“Sem dúvida, a pessoa que perdeu este cartão não teve sorte nenhuma nessa fila. Devo agradecer o Max na próxima vez. Bom, tem muita gente por aqui... hum, pra variar tem casais também... vou me distrair”.
Ash se levantou e foi até ao bar, onde se sentou e pediu um martíni ao bartender. Se admirou ao ver que era um homem alto com músculos bem definidos, e que a encarava enquanto preparava sua bebida.
“Hummm... muito interessante. Será que ele está sozinho nessa festa? Idiota! Ele está trabalhando, não terá tempo para você. Até porque você não é a única a encará-lo”. Olhou para o lado e viu um grupo de barbies flertando com o bartender. “Bom, vou voltar para minha mesa. Assim terei uma visão mais panorâmica do resto da festa. Até logo bonitão”. Acenou para o bar e foi tentando abrir caminho pela multidão.
-              Quelo outa cer... veja – gaguejou Susan – Pega pra mim??
-              Claro, só um instante. - Thomas se levantou e se moveu para o bar. “Que garota mais fraca, sem contar que ela tem 17 anos. Acho que não foi uma boa ideia trazê-la para cá. Ao menos posso encontrar outra por aqui e...” Thomy se esbarrou numa mulher, derramando toda sua bebida na roupa e no chão.
-              Me desculpe senhora, não vi você e... - Thomas se calou no mesmo instante. À sua frente estava a mulher mais linda que ele já vira, trajava uma túnica egípcia fina que moldava cada curva de seu corpo ornado de jóias e brilho bronzeado. Seus lábios estavam pintados de vermelho e sua maquiagem destacava os olhos negros assim como o contorno de seu rosto por trás dos longos cabelos pretos na altura dos seios.
-              Você! - Ashton se espantou ao se deparar com Thomas – O cara desastrado do aeroporto!
Não podia negar que ele era bonito. E de terno preto parecia um deus grego, e o perfume era o mesmo daquele dia, o Hugo Boss.
-              Desastrado? Bom, um pouquinho... parece que é o destino nos encontramos novamente, não acha?
-              Destino? É. É o destino você destruir minhas coisas. - Ash estendeu os braços mostrando a roupa molhada.
“Mas que mulher! Aposto como não está usando roupas íntimas... pela abertura do vestido e a transparência dos seios... parecem ser tão macios...”
-              Me desculpe, não foi por querer. Venha, eu te pago outra bebida. Aceita cerveja?
-              Não bebo cerveja, é muito ruim – Ashton fez uma careta para Thomas.
-              Bebe o que então?
-              Vodka.
-              Ok. Vamos para o bar então.
-              Humm... na verdade acho que vou direto para minha mesa, não creio que a bebida irá descer por minha garganta – zombou Ashton.
-              Tem razão. Essa sua roupa é um convite para todos jogarem bebidas... ninguém manda vir desse jeito – apontou com o dedo para o corpo de Ash.
-              Meu bem, isso se chama “hunting”... - Ashton se virou lentamente para que Thomas pudesse ver cada ângulo da túnica, e com uma última olhada disse: - Mesa 71. Vodka com abacaxi e vinho. - e desapareceu em meio à multidão.
“Essa mulher me enlouquece. Aposto que é uma gata selvagem. Foi muita sorte encontrá-la aqui. Terei de dar um jeito de ficar a noite com ela. Mas ainda tem a garçonete...”
-              Olá, duas vodkas com abacaxi e vinho, e um box de Carlton vermelho.
-              Claro senhor, só um instante. Aqui.
-              Obrigado.
Thomy foi se esquivando da multidão na pista, procurando atentamente pela mesa 71. No momento em que um fecho de luz branca tocou Ash, ele pôde vislumbrá-la sentada de lado, com as pernas cruzadas brincando com o cartão.
“Ela sabe provocar... mas vamos ver quem sucumbe primeiro”.
-              Vodka com vinho e abacaxi. - estendeu Thomy sentando na frente de Ash.
-              Hum... o certo é vodka com abacaxi e vinho. - riu ela se divertindo com a cara confusa dele.
-              Não vejo nenhuma diferença. Se mistura tudo antes de beber – desafiou, com uma sobrancelha erguida.
-              Para quem só bebe cerveja, é natural que não saiba a diferença. Vê como o vinho e a vodka não se misturam por causa do ácido do abacaxi? Assim você saboreia muito mais cada um isoladamente.
Ashton sorriu, imaginando que não faria nenhum mal ter uma conversa amigável com um desconhecido. Mesmo que ele fosse o responsável pelos seus desastres desde que pisara no aeroporto internacional.
“Será interessante provocar ele um pouquinho. Humm... me enganei, ele está com um perfume diferente hoje, mas não tão delicioso como o outro”.
-              Que perfume você está usando? - perguntou de repente.
-              Ferrari.
-              Humm... não é o Black. - ficou pensativa, olhando para o nada.
-              Não, não é. E isso é bom? - não pôde conter um sorriso ao olhar para Ashton.
Ash olhou nos olhos de Thomy, e sem desviá-los pegou o copo bebendo lentamente. Ainda sustentando o seu olhar, lambeu os lábios e ficou brincando com uma mecha de cabelo antes de murmurar com um sorriso:
-              Quem sabe... ainda tem a noite toda se quiser descobrir.
-              Humm... então vou me arriscar.
Thomy se levantou, arrumando seu terno e pondo-se ao lado dela com a mão estendida.
-              Que foi? Eu não danço.
-              Não precisa dançar. Desde que eu possa exibi-la na pista – sorriu ao ver o contorno das pernas de Ash contra o sofá de couro. - Dance comigo... não vou pisar no seu pé! - prometeu estendendo ainda mais a mão para ela e dando um pequeno sorriso.
-              Isso é o que veremos. Com a minha sorte, hum... – Ashton aceitou o desafio, pegou na mão quente e grande de Thomy e pôde sentir uma estática em sua palma começando a subir por seus dedos.
Thomas a guiou para o centro da pista, girando-a uma vez debaixo de um feixe de luz e a puxando de volta para perto de seu corpo. Passou o braço por sua cintura, deixando-a deitar para trás enquanto contemplava a curva de sua clavícula e o contorno dos seios sob a seda fina e delicada de sua roupa. Ashton se afastou, virando-se de costas e com um sorriso e olhar sedutores começou a balançar-se de um lado para outro, subindo e descendo com movimentos ousados e provocantes.
“Droga! Desse jeito minha calça vai explodir! Como ela ousa chupar e lamber os dedos desse jeito tão... tão... que mulherão!”.
-                Que foi? Desistiu de dançar assim tão rápido?  - com um risinho se aproximou de Thomy, pegando suas mãos másculas e deslizando pelas curvas perigosas de seu corpo. – Ou prefere algo mais sutil e menos tentador? – mal disse isso, ele teve tempo apenas de ver Ash curvar-se para frente e empinar o quadril para roçar em sua virilha latejante, lenta e fogosamente.
“Céus! Que deusa é essa que pões em frente a um mero mortal adorador de criaturas femininas?”
Thomas segurou a cintura de Ashton enquanto ela se curvava de olhos fechados para trás. Deslizando uma das mãos pelas costas nuas, ele ergueu uma das pernas dela em seu quadril curvando-a mais ao chão. No instante em que abriu os olhos, outro par de pontos dourados faiscaram de encontro aos dela. Sentiu seu sangue borbulhar e uma batida forte do coração rasgar-lhe o peito.
Com uma dor aguda foi vendo tudo embaçar-se. Foi abraçando a escuridão que ela ouviu um último chamado: “Kate”.